sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Felicidade? Não, não é bem a palavra certa.
Indiferença. O que sempre procurei, agora aqui,
e oculto para que dure, não se manche ou estrague.
Que diferença faz? Nem ao menos sinto nada!
Choro, trasbordo, escrevo. Mais uma vez, nada.
Não sai, essa palavra intalada, misteriosa,
que provoca a dor de atravessar a minha alma.
Respiro, suspiro, expressão séria no rosto.
Só, entre quatro paredes que gritam
paredes que estouram meus tímpanos, como gritam!
E pedem por liberdade, por um martelo,
que tenha coragem de lhes provocar crateras.
É preciso ar puro, um buraco viria a calhar...
Sento e observo, a dança do vento inócuo.
Engraçado, que algo invisível faça tanto sentido.
Aliás, as coisas invisíveis fazem até mais sentido.
Um ventilador, por exemplo, é tão inútil!
O que as pessoas querem é o ar, ar puro!
Quem se importa com o que o propaga?
Eu durmo, e sonho. Sonhar é bom.
E, de repente, desvio o assunto com bobagens.
Como agora, e é sempre assim. Sempre como faço.
Tudo para desviar de uma única palavra,
é como se ela pudesse me intimidar.
Um sentimento que não vem à tona. Nunca.
Presente em meus sonhos, frágil, intocável,
algo puro e leve como esse vento frio.
Se faz sentido para mim? Já nem sei.
Quero mais é libertar-me,
Arrancar esse câncer aqui de dentro.
Isso se espalha, e acho que estou doente.
Como minto mal!
Fingindo ter o que não tenho,
fingindo acreditar no que não vejo,
fingindo estar aqui e ser alguém!
Fingindo escrever para que alguém leia.
Mas acho até que minto bem,
quando finjo fingir que não sinto nada.
Todos acreditam.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Talvez a vida seja isso mesmo...
como uma interrogação (?):
uma dúvida, uma foice
e um ponto final.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Vontade de escrever poesia

Viajo em pensamentos, tranqüilidade
Quem me dera ouvir um blues agora
Pintar um quadro, talvez, livre e leve
Azul ultramar, Carmim, Verde vessie
Cores fortes, nostalgia...
Respire e inspire...
”Fly me to the moon
And let me play among the stars…”
Um dia opaco, preto e branco
Iluminado pelo brilho líquido de meus olhos.
Não é nada.
O barulho dos sinos pelo vento...
O calor que agora já esqueço
Preciso de oxigênio.
Pequena pausa.
A janela é um portal para o mundo inteiro
Mas o limite é o aqui e agora.
Poder-me-ia considerar-me tão sozinha
Assim, em meio a tantos microorganismos?
Abaixe sua cabeça.
Que ânsia de ansiar por algo!
Ávida. Pálida. Branco. Vazio. Infinito!
Mito rima com infinito
Maria rima com o quê? Fantasia? Alegria?
Não, não. Não gosto de rimas
Mas adoro ironia.
Ria.
Olá, tem alguém aí?
É só a sua mente, mentindo...
Pessoas ou não? Ilusão...
Raciocínio interrompido pela campainha
Não, são frases avulsas, irracionais.
Algo aqui tem sentido?
Alguém poderia ser sincero?
Perguntas demais... não quero ouvir vozes
Um espelho, é tão subjetivo, tão inconstante
Talvez o único que traga a verdade
Talvez o único que entenda.
Reflita.
É um erro. Sim, um erro.
O que pensas?
Os olhos são a janela da alma...
Clichê.
Verdade demais (mentiras demais!)
Sei lá.
Se chovesse, eu dançaria lá fora
Have you ever seen the rain?
Comin’ down in the sunny days…
And I will sing in the rain!
Meio dia e quarenta e sete.
Preciso de descanso...
O sono não vem... dor...mi...
Nem sei...
Mas há coisas indignas de fim
Como esse poema
Basta escrever... e Fim.

(08-10-08)